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o teu valor contra os serracenos, importunos á Hespanha.

Até ao oriente pelo grande São Luiz, uma, duas vezes, fizeste sentir á impiedade turca, a força de teo braço, e erguido na Palestina, esse bello estandarte da Santa Cruz por um duque de Boillon, por um duque de Mercœur, e um duque de Nevers.

Tremeram ao ouvir o nome da França, tão fatal a elles, a quem mostraste tua coragem com o cutello na mão.

Mas agora — Nova bella eligit Dominus, Clypeus, et hasta si apparuerint, novas guerras, conquistas impertinentes, escudos e lanças, ahi se verão? Nada d’isto, e sim a Cruz de Jesus, o altar do grande rei, exercitos com seu augustissimo Missah, espada de Deos e de Gedeon, d’aquelle que é Deos e homem ao mesmo tempo, agoa benta para expellir os diabos, a conquista dos corações antropophagos ou comedores de homens pelo meio simples da palavra de Deos, que fará despil-os de crueldade, e de então em diante amarem o proximo como a si mesmo, abandonarem a imprudencia e o impudor, revestirem-se com o branco da innocencia e da honestidade: oh! quanta brutalidade adquirirá o uso da razão, e tu, ó França, foste escolhida para fazer tal guerra? Em tua consciencia, dize-me, não é esta uma guerra, com sceptro de liz, de rosas e de flores?

Quem ouvio jamais coisas similhantes nas batalhas do mundo? porem estas são guerras do amantissimo Jesus.

Nada mais te falta agora depois dos teos combates de outras eras, senão o alegrar-te de plantar a fé e a lei entre gente de ferozes costumes, e de barbaros feitos, porem mui facil em supportar o jugo do teu humano concurso, o que não tem podido conseguir o soberbo ou rustico portuguez.

Regosija-te pois, principe dos lyzes, por ser a tua maior gloria o servir ao grande Rei do Ceo e da terra, de legado e de embaixada de suas maravilhas e grandezas em ilhas remotas, e em partes longinquas da Região Austral.