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De todos estes rios é o Parnahyba o mais consideravel: infelizmente suas margens não são totalmente sadias, pois em varios pontos, como em quasi toda a provincia, reinam as febres intermitentes. Avalia-se seo curso em 240 legoas. O Itapecurú, seo immediato, e de que falla constantemente o Padre Ivo d’Evreux, banha apenas 150 legoas de terreno, o Mearim 78 legoas, sendo ainda menos consideraveis o Pindaré, o Tury-assú, o Gurupy, e o Manoel Alves Grande. Julga-se que é de 462,000 pessoas a população de toda a provincia, embora diga o relatorio official da presidencia, com data de 3 de julho de 1862, que esta cifra é apenas de 312,628 almas, sendo 227,873 livres e 84,755 escravos. Convem observar, que o recenseamento geral da população do Imperio, feito em 1825, dava apenas 165,020 almas, sendo esta cifra muito inferior á realidade, porque recusaram muitos Srs. dizer com certesa o numero dos seos escravos.

Nada se sabe, e nem será possivel saber-se exactamente, a respeito da povoação nomade dos indios, isto é, d’aquella cujo conhecimento seria muito curioso afim de apreciar-se as mudanças, que houveram nas aldeias depois do que escreveo o Padre Ivo, podendo apenas dizer-se que é maior no Maranhão, no Pará, e na nova provincia do Rio Negro, do que n’outra qualquer parte.

Em summa o governo só tem dados mui imperfeitos e raros sobre estas infelizes hordas, das quaes se occupa actualmente.

Os cuidados tardios, embora caridosos, da administração provincial, tem que acabar muitos males afim de que seja completa a reparação.

Tudo ainda está por fazer relativamente aos Indios.

Não souberam estas tribus conservar nem a dignidade que dá completa liberdade aos habitantes das florestas, e nem os principios de civilisação, que se intentou incutir-lhes no seculo XVII.