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Era em toda a extensão da palavra um interprete da Normandia, e sabe Deos de que reputação gozavam estes interpretes no que dizia respeito ao que então se chamava mundo civilisado.

Comparavam-nos até aos selvagens, cujos odiosos festins, dizia-se, que elles partilhavam.

David Migan teve as honras do Mercurio francez. (Vide T. 3, pag. 164)

Regressou á França com Rasilly a quem era muito affeiçoado, e assim foi bom por ser o unico capaz de traduzir para a Rainha, a longa exposição de Itapucu.

De passagem lembramos ter elle tambem assignado o termo de cessão, que la Ravardiere fez de seos direitos a Francisco de Rasilly, o que indica, sem duvida alguma, o gozar de consideração excepcional.

O nome de Migan nos parece ser nome de guerra, pois esta palavra na lingua tupy, significa o caldo grosso, que se fazia com a farinha de mandioca.

Malherbe, que estava nas Tulherias, quando se apresentaram os indios, notou a habilidade d’este homem.

Havia outro interprete chamado Sebastião, muito affeiçoado a Ivo d’Evreux.

36 (pag. 65).

É mui curioso o achar-se em Maranhão, no anno de 1612, um selvagem fazendo ao padre Ivo o mesmo raciocinio, a que foi obrigado á responder João de Lery em 1556: «o que quer dizer vós Mair e Peros, (francezes e portuguezes) virdes de tão longe buscar madeira para vos aquecer? Lá não a tendes?» (Vide Histoire d’un voyage en la terre du Bresil, Rouen 1578 em 8.º)

37 (pag. 70).

Largamente descreveo Mr. Humboldt a região dos Otomanos, e as porções immensas de terra, que reunem estes indios para comer quando lhes falta a caça e a pesca.