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Não se encontra somente entre os Caraibas das ilhas, e sim tambem em pleno vigor na Europa, e especialmente entre os Bascos, e era então chamado a «encubação.»

As «Miscellanias historicas,» publicadas em Orange em 1675, contem interessantes observações á tal respeito. «Nota-se, diz elle, um admiravel costume em Bearn. Quando pare uma mulher, anda á pé e o marido deita-se para guardar o resguardo. Creio que os Bearnenses tomaram este costume dos hespanhoes, de quem Strabon disse a mesma coisa no livro 3º da sua Geographia

O mesmo faziam os Tibarénienses, como refere Nimphodore, na excellente obra de Apollonio de Rhodes, livro 2, e os Tartaros segundo o testemunho de Marco Paulo, cap. 41. livro 2.º

Esto uso, tão exquisito, e só explicavel si se podesse descer até o recondito mais intimo do caracter indiano, era religiosamente observado pelos mais valentes e afamados guerreiros Tupinambás, e provocaria o riso do homem civilisado, si indagasse a sua origem natural. Torna-se porem admiravel, para assim dizer, quando se sabe ser tal costume acompanhado de mui crueis privações, porque o indio, que acaba de ser pae, e que se condemna a tão ridiculo repouso, não só priva-se de alimentos, como ainda se entrega a outros supplicios com intenção de evitar que soffra o filhinho certos males, que elle receia.

Pela sua ignorancia e superstição julga-se com grande influencia phisiologica sobre o menino, e muito soffre e com stoicismo afim de poupar algumas dores ao recem-nascido.

O homem civilisado das cidades, embora mediocremente intelligente, abstem-se de esquadrinhar estas ideias cheias de dedicação, embora inconstantes dos selvagens, e ri-se antes de proferir seo juiso.

A companheira do indio tambem supersticiosa, approva o que faz seo marido: soffre, sem queixar-se, verdadeiras dores e entrega-se a um novo trabalho ainda mais pesado, porque todo o serviço da casa cahe sobre ella.