XLII

a esse respeito condemnando David Jeuffroy a pagar uma multa de 50 libras por haver publicado sem licença previa o livro denunciado.[1] Como se vê, não alcançou esta decisão o nosso Missionario, e sim limitou-se ao impressor, por elle escolhido, embora contenha uma censura indirecta ao livro suppondo-se, que o nosso bom Missionario, pelo ardor da questão, se deixasse arrebatar a ponto de fazer allusões pessoaes dignas de censura.

Á este respeito havia pouco escrupulo em 1618, e afinal se pensava que seria interrompida a carreira do joven ministro, atacado pelo Padre Ivo: bem longe d’isto, porque em 1623 foi pelos seos correligionarios nomeado deputado ao synodo nacional de Charenton, e quatro annos depois tambem fez parte do da Normandia, na villa de Alençon.

De 1620 em diante perdemos todos os vestigios do Padre Ivo d’Evreux; comtudo muitos escriptores ecclesiasticos depois d’isto registaram seo nome em seos vastos obituarios, multiplicando erros, e assim provando que nunca viram a obra do Padre Ivo.

Boverio de Salluzo,[2] Marcellino de Piza,[3] Wading,[4] ordinariamente tão exacto, o Padre Diniz de Gênes,[5] ou só dão

  1. Mais tarde foi chamado Maximiliano de Baux para encarregar-se da egreja do culto reformado em Ruão, viveo até a idade de 84 annos, e falleceo em 1674 deixando reputação de homem recto, e de costumes austeros.
    Vide os irmãos Haag, a França protestante.
  2. Cupucinorum Annales. Lugduni, 1632, em fol. e depois a traducção italianna — Annali di Fratri minori Cappucini etc. Venetia 1643 em 4.º
  3. Annales seu sacrarum historiarum ordinis minorum sancti Francisci qui Capucini nuncupantur etc. Lugduni. 1676.
  4. Annales ordinis minorum. 2.ª edic., Roma, 1731. Depois os Scriptores ordinis minorum. 1650, em fol.
  5. Bibliotheca scriptorum ordinis minorum, Genova, 1680 em 4.º, reimp. em 1691 in fol. Este ultimo depois de algumas linhas, em que fallou do merecimento de Ivo Ebroycensis, vulgo de Evreux, dá tambem noticia do seu livro: scripsit gallicé Relationem sui itineris et navigationis sociorum que Capucinorum ad regnum Marangani: cui etiam adjunxit historiam de moribus illarum nationum. Rothomagi. 1654. Vid T. 1º em 4.º