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fracos, preocupada e angustiada com os destinos humanos. Aqui, o que há?

— Alguma coisa.

— Nada. A nossa emotividade literária só se interessa pelos populares do sertão, unicamente porque são pitorescos, e talvez não se possa verificar a verdade de suas criações. No mais, é uma continuação do exame de português, uma retórica mais difícil a se desenvolver por este tema, sempre o mesmo: D. Dulce, moça de Botafogo em Petrópolis que se casa com o Dr. Frederico. O comendador seu pai não quer, porque o tal Dr. Frederico, apesar de Dr., não tem emprego. Dulce vai à superiora do Colégio das Irmãs. Esta escreve à mulher do ministro, antiga aluna do colégio, que arranja um emprego para o rapaz. Está acabada a história. É preciso não esquecer que Frederico é moço pobre, isto é, o pai tem dinheiro, fazenda ou engenho, mas não pode dar uma mesada grande. Está aí o grande drama de amor em nossas letras, e o tema do seu ciclo literário. Quando tu verás, na tua terra, um Dostoievsky, uma George Eliot, um Tolstoi — gigantes destes, em que a força de visão, o ilimitado da criação, não cedem o passo à simpatia pelos humildes,