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espontâneo, dela para ela; mas, qual! Sabes para que aquilo tudo?

— Para quê?

— Para arranjar um casamento, quatro filhos e criar um cavador a mais, malcriado, feroz e exigente. Ignóbil! Algumas, ainda por cima, aprendem violino...

Foi então que me arrependi de ter mal julgado o meu excelente e arguto amigo. Ele não parava nos detalhes; talvez mesmo não, soubesse o que era voile, nanzouk, escossez, soutache, e outras sabenças de costureira; mas atingira a lei básica, a filosofia primeira do vestuário feminino e — quem sabe? — masculino. Uma única objeção poderia surgir a ela. Por que se vestirão bem as damas fáceis? Tudo se resume, para manter o seu rigor generalizante, em modificar um pouco, na noção de casamento, o dado de sua duração. Feito isso, a lei Gonzaga de Sá é perfeitamente rigorosa e verdadeira. Mas aquele olhar que a menina bonita, por misericórdia, deitou-me, decididamente me enterneceu. Eu me pus de repente a favor das damas contra a elegante indelicadeza de Gonzaga de Sá:

— Oh! Gonzaga! Que perversidade! Não te apiedas, vais esmagando...

— Não; absolutamente não. Os indivíduos