— Não é? murmurou sinha Victoria sem perguntar, apenas confirmando o que elle dizia.
Pouco a pouco uma vida nova, ainda confusa, se foi esboçando. Accommodar-se-iam num sitio pequeno, o que parecia difficil a Fabiano, criado solto no mato. Cultivariam um pedaço de terra. Mudar-se-iam depois para uma cidade, e os meninos frequentariam escolas, seriam differentes delles. Sinha Victoria esquentava-se. Fabiano ria, tinha desejo de esfregar as mãos agarradas á boca do sacco e á coronha da espingarda de pederneira.
Não sentia a espingarda, o sacco, as pedras miudas que lhe entravam nas alpercatas, o cheiro de carniças que empestavam o caminho. As palavras de sinha Victoria encantavam-no. Iriam para diante, alcançariam uma terra desconhecida. Fabiano estava contente e acreditava nessa terra, porque não sabia como ella era nem onde era. Repetia docilmente as palavras de sinha Victoria, as palavras que sinha Victoria murmurava porque tinha confiança nelle. E andavam para o sul, mettidos naquelle sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas