dizia esta, você gosta de santo de comer?
Raimundo empertigava o corpo, abria um riso, e dando aos quadris e ao tronco o movimento de suas danças africanas, respondia cantarolando:
— Bonito santo! santo gostoso!
— E santo de trabalhar?
Raimundo, que já esperava o reverso, estacava subitamente, punha a cabeça entre as mãos, e afastava-se murmurando com terror:
— Eh... eh... não fala nesse santo, Iaiá! não fala nesse santo!
— E santo de comer?
— Bonito santo! santo gostoso!
E o preto repetia o primeiro jogo, depois o segundo, até que Iaiá, aborrecida, passava a outra coisa.
Não havia só recreio. Uma parte mínima do dia, — pouco mais de uma hora, — era consagrada ao exame do que Iaiá aprendera no colégio, durante os dias anteriores. Luís Garcia interrogava-a, fazia-a ler, contar e desenhar alguma coisa. A docilidade da menina encantava a alma do pai. Nenhum receio, nenhuma hesitação; respondia, lia ou desenhava, conforme lhe era mandado ou pedido.