Esses primeiros anos todos se compõem de amor, e de esperança: estes dous afectos tomam a melhor parte de nós, ou escolhem para si aquele tempo em que vivemos com mais vida; no seu princípio, e no seu progresso é o amor uma paixão cheia de entusiasmo, e de furor, depois perde totalmente a violência; por isso amamos mais, quando sabemos amar menos, isto é, quando amamos quási por instinto; e com efeito o amor não se introduz por discurso, e se alguma vez discorre, é sinal que está perto de acabar; porque o amor só é prudente quando acaba, não porque então o seja em si, mas porque então amamos como nós queremos, e não como o amor quer.