A imaginação desperta, e dá movimento à vaidade; por isso esta não é paixão do corpo, mas da alma; não é vício da vontade, mas do entendimento, pois depende do discurso. Daqui vem, que a mais forte, e a mais vã de todas as vaidades, é a que resulta do saber; porque no homem não há pensamento, que mais o agrade, do que aquele, que o representa superior aos mais, e superior no entendimento, que é nele a parte mais sublime. A ciência humana o mais a que se estende, é ao conhecimento de que nada se sabe: é saber o saber ignorar, e assim vem a ciência a fazer vaidade da ignorância.