Quando me chego a ti, por mais que faça
Por domar dentro em mim este alvoroço,
Sinto que sou, sem reino e embora moço,
O rei de Thule, e tu, a minha taça.

Dos teus lábios ninguém hoje devassa
O fundo senão eu; e, enquanto posso,
No mel que eles contêm os meus adoço...
Mas, por fim, tudo cansa e tudo passa.

Não poder, como o rei, no fim da vida,
Ante os meus cortesãos, jograis e sábios,
Lançar-te ao mar também, taça querida,

Para que ninguém mais sinta os ressábios
Dessa bebida por mim só bebida
Bela taça vermelha dos teus lábios!

Esta obra entrou em domínio público no contexto da Lei 5988/1973, Art. 42, que esteve vigente até junho de 1998.


Caso seja uma obra publicada pela primeira vez entre 1929 e 1977 certamente não estará em domínio público nos Estados Unidos da América.