Veio Muley-Achmet marroquino
Com duros trigos entulhar Lisboa;
Pagava bem, não houve moça boa
Que não provasse o casso adamantino:
Passou a um seminario feminino,
Dos que mais bem providos se apregôa.
Onde a um frade bem fornida ilhôa
Dava d′esmola cada dia um pino:
Tinha o mouro fodido largamente,
E já basofiando com desdouro
Tractava a nação lusa d′impotente:
Entra o frade, e ao ouvil-o, como um touro
Passou tudo a caralho novamente,
E o triumpho acabou no cu do mouro. (D)
Notas
editarConforme a opinião de alguns, este soneto é do desembargador Domingos Monteiro d′ Albuquerque e Amaral; — outros porém affirmam ser de Bocage. Os leitores assentarão o juizo que melhor lhes parecer.
[Nota de Inocêncio Francisco da Silva.]
- ↑ MATTOSO, Glauco. Bocage, o desboccado; Bocage, o desbancado. São Paulo: 2002. Disponível em <http://www.elsonfroes.com.br/bocage.htm. Acesso em: 28 maio 2014.