Uma empada de gallico á janella

Uma empada de gálico à janela,
Fazendo meia, alinhavando trapos,
Enquanto a guerra faz tudo em farrapos,
Pondo o honrado a pedir, e a virgem bela!

Vai a trombuda, sórdida Michela
Fazendo guerra a marujais marsapos,
E sem que deste mil lhe façam papos,
C'o sesso também dá às porras trela:

Tudo em metal por dois canais ajunta;
Recrutas nunca teme, e do Castelo
Se ri, que aos beleguins as mãos lhes unta:

Nas públicas funções vai dar-se ao prelo:
Minh'alma agora, meu leitor, pergunta
Se o ser puta não é ofício belo?