Sinto no peito o coração bater
Com tanta força que me causa medo...
Será a Morte, meu Deus? Mas é tão cedo!
Deixai-me inda viver.

Tudo sorri por este campo em flor,
O Amor e a Luz vão pelo Céu boiando...
Só eu vagueio a suspirar, chorando
Sem Luz e sem Amor.

Lutando sempre com uma dor cruel
Cheia de tédio e desespero, às vezes;
Minh’alma já tragou até às fezes
O cálice de fel.

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E o coração no seio a palpitar,
Como se acaso não tivesse crença,
Pulsa com a força indefinida, imensa,
Dos vagalhões do Mar.