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uma esquadrilha de treze embarcações, cujo commando foi

confiado a Pedro Alvares Cabral, que partia de Lisboa no dia

9 de Março de 1500. «A partida», diz um escriptor nacional, «foi honrada com

todo o esplendor e pompa de uma festa. Na véspera, que foi

um domingo, o sino da cathedral batia grave e solemne em suas» modulações festivas e parecia annunciar de antemão as scenas altamente dramáticas, que dentro em breve se deviam passar, além do Atlântico, nas férteis regiôesdo Novo Mundo. \ -N»s -′p D.Manoel, o A/ór/í?fc/o, tinha

′"MHfeB reunido, no começado mosteiro»′

de Belém, todos os grandes da

PeJro xlvíiros Cabral. /->i a £í •

sua Corte, com o fim de invocar o auxilio do Céo para a importante expedição. Conserva o Rei ao pé de si, na sua tribuna, o illustre Almirante, durante a missa, que é dita com toda a solemnidade. Pendente do altar via-se o estandarte real da Ordem de Christo. Prega D. Diogo Ortiz, Bispo de Ceuta, que depois o foi deViseu, o qual accende nos ânimos o desejo de partilhar dosr grandes perigos a que se iam expor esses atrevidos 7iavegadoyes. Terminada a cerimonia religiosa, benzeu-se um chapéo, que o Papa mandara a Cabral, e que é posto na cabeça, pelas mãos do próprio Rei, que entrega tamljem ao illustre Capitão o estandarte da Cruz da Ordem de Christo. Dirigem-se depois todos, processionalmente, com cruzes alçadas e relíquias para as margens do Tejo.

Lisboa apresenta então um aspecto faustoso, que rarasvezes oíferecem os povos, em que as lagrimas e soluços da saudade se misturam com os risos e vivas, que retumbam nos ares em a cela ma coes.»