onde havia um lamaçal; o liteireiro, furioso, praguejava, sacudindo o archote acceso. Em redor, dolente e negro, rumorejava um pinheiral. O snr. Mathias, enfiado, tirou o relogio da algibeira e escondeu-o no cano da bota.

Uma noite, atravessámos uma cidade onde os candieiros da rua tinham uma luz jovial, rara e brilhante como eu nunca vira, da fórma d’uma tulipa aberta. Na estalagem em que apeámos, o criado, chamado Gonçalves, conhecia o snr. Mathias: e depois de nos trazer os bifes, ficou familiarmente encostado á mesa, de guardanapo ao hombro, contando coisas do snr. barão, e da ingleza do snr. barão. Quando recolhiamos ao quarto, alumiados pelo Gonçalves, passou por nós, bruscamente, no corredor, uma senhora, grande e branca, com um rumor forte de sêdas claras, espalhando um aroma d’almiscar. Era a ingleza do snr. barão. No meu leito de ferro, desperto pelo barulho das seges, eu pensava n’ella, rezando Ave-Marias. Nunca roçára corpo tão bello, d’um perfume tão penetrante: ella era cheia de graça, o Senhor estava com ella, e passava, bemdita entre as mulheres, com um rumor de sêdas claras...

Depois, partimos n’um grande coche