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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

— Pois olhe, volveu com alegre incredulidade o Administrador, eu, quando tenho os meus ataques de garganta, não penso na garganta dos outros! Penso só na minha que me dá bastante cuidado. E agora a vou regalar n’aquella bella sangria...

O escudeiro vergava, com a luzente bandeja de prata, carregada de copos de sangria onde boiavam rodellinhas de limão. E todos se tentaram, todos beberam, até Padre Sueiro, para mostrar ao Snr. Antonio Villalobos que não desdenhava o vinho, dadiva amavel de Deus — pois como ensina Tibulo com verdade, apezar de gentilico, vinus facit dites animos, mollia corda dat, enrija a alma e adoça o coração.

João Gouveia, depois d’um suspiro consolado, pousou na bandeja o copo que esvasiára d’um trago e interpellou Gonçalo:

— Vamos a saber! Então n’outro dia que historia phantastica foi essa d’uma festa na Torre, com senhoras, com a D. Anna Lucena?... Eu não acreditei quando o pequeno do Gago me encontrou, me deu o recado. Depois...

Mas d’entre as cortinas da janella, onde acabava a sangria, Titó novamente rebombou, interpellando tambem o Fidalgo:

— Oh sô Gonçalo! E o que me contou ha pouco