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A ILUSTRE CASA DE RAMIRES

depois d’uma carta de Barrôlo a Gonçalo Mendes Ramires jurando — «que a affeição pura que sentia pela prima Graça, pelas suas virtudes e outras qualidades respeitaveis, era tão grande que nem achava no Diccionario termos para a explicar...» Houve uma bôda luxuosa: e os noivos (por desejo de Gracinha, para se não affastar da querida Torre), depois d’uma jornada filial a Amarante, «armaram o seu ninho» em Oliveira, á esquina do largo d’El-Rei e da rua das Tecedeiras, n’um palacete que o Bacôco herdára, com largas terras, do seu tio Melchior, Deão da Sé. Dois annos correram, mansos e sem historia. E Gonçalo Mendes Ramires passava justamente em Oliveira as suas ultimas férias de Paschoa quando André Cavalleiro, nomeado Governador Civil do Districto, tomou posse, estrondosamente, com foguetes, philarmonicas, o Governo civil e o Paço do Bispo illuminados, as armas dos Cavalleiros em transparentes no café da Arcada e na Recebedoria!... Barrôlo conhecia o Cavalleiro quasi intimamente, admirava o seu talento, a sua elegancia, o seu brilho Politico. Mas Gonçalo Mendes Ramires, que dominava soberanamente o bom Bacôco, logo o intimou a não visitar o Sr. Governador Civil, a não o saudar sequer na rua, e a partilhar, por dever d’alliança, os rancores que existiam entre Cavalleiros e Ramires! José Barrôlo cedeu, submisso, espantado, sem comprehender.