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LEWIS CARROLL

ouviu um rumor de vidros quebrados. Com o susto que levara diante daquela mão enorme, o pobre Coelho dera um salto para trás, indo cair em cima dos vidros duma estufa de avencas. Caiu e afundou por lá. Alice ainda pôde ouvi-lo gritar com voz irritada: — Pat, Pat! Onde está você?

— Estou cuidando das maçãs! respondeu uma voz que a menina desconhecia.

— Cuidando das maçãs, hein? repetiu o Coelho, sempre irritado. Venha cá, depressa, ajudar-me a sair disto, e ouviu-se mais barulho de vidros quebrados.

Pat ajudou o Coelho a desembaraçar-se dos vidros; depois alisou-lhe o pêlo todo arrepiado.

— Diga-me, Pat, perguntou êle, que é aquilo lá na janela?

— Parece um braço, respondeu Pat, firmando a vista.

— Grande idiota que você é! berrou o Coelho. Onde já se viu braço daquele comprimento e grossura? Enche todo o vão da janela.

— Vossa Excelência é quem decide, mas a mim me parece braço.

— Seja lá o que fôr, está a me estorvar a passagem. Vá tirar aquilo de lá.

Houve um silêncio, interrompido de murmúrios. Alice só pôde perceber uma frase: — Não estou gostando nada disto! Ao que o Coelho retrucou: — Faça o que eu mando, seu medroso!

Nesse momento Alice abriu e fechou de novo a mão. Foi outro reboliço. Pela segunda vez ouviu-se barulho de vidros quebrados. “Quantas estufas de avencas exis-