o caderninho. Por falar — criatura escreve-se com e ou com i?
Nesse momento o Unicórnio passou-lhes por perto, de mãos no bôlso. — Ganhei a luta desta vez, não? disse de longe ao Rei.
— Você devia ter enfiado o chifre na barriga dêle, sabe? observou o Rei um tanto nervoso.
— Não quis machucá-lo, respondeu com superioridade o Unicórnio. Depois, vendo a menina, entreparou e mirou-a com ar espantado.
— Que é isto? indagou.
— Isto é uma menina, respondeu Ciro, adiantando-se para apresentar Alice ao Unicórnio. Descobrimo-la hoje. É viva.
— Sempre pensei que meninas fôssem monstros da fábula! Realmente é viva?
O Unicórnio examinava Alice como quem examina um ser do outro mundo. Depois disse-lhe: — Fale, menina!
Alice não pôde evitar um sorriso de superioridade e disse: — Eu sempre julguei, também, que os Unicórnios fossem monstros da fábula. Jamais havia visto um vivo.
— Muito bem, disse o Unicórnio, já nos vimos um ao outro e se você crê que eu existo, também ficarei crente de que você existe. Serve o negócio?
— Serve, sim, se é do seu agrado, respondeu Alice.
— Vamos, que venha o pudim, senhor velhote! exclamou o Unicórnio voltando-se para o Rei. Não quero saber de pão prêto.