LXXVII. A POROROCA
Juvêncio esperava com ansiosa curiosidade o momento de entrar no grande rio. Gervásio explicava-lhe que não era bem no Amazonas que iam entrar desde logo, e sim no rio Pará; todavia, já era majestoso o espetáculo que se oferecia aos seus olhos; não parecia a entrada de um rio, mas uma vasta baía...
No meio da água agitada, fundeava a barca-farol. O navio avançava; deixava as águas verdes e cristalinas do mar, e penetrava nas ondas embaciadas do rio.
— Mas é verdadeiramente um mar! — exclamou Juvêncio.
— É! — disse Gervásio — de uma das margens não se vista a outra!
— Lá em frente, fica a ilha de Marajó, — disse um passageiro — do outro lado fica a verdadeira barra do Amazonas.
— Já entrei lá mais de uma vez; — disse o oficial do navio.
— Conhece então a pororoca?
— Oh! Sim!... Imagine que o Amazonas é um rio que tem mais de seiscentas léguas de comprimento. A quinhentas léguas acima da barra, já