PEDRO ALVES - Acha que vou depressa! Os meus talentos políticos dão razão da celeridade da minha carreira. Se eu fosse a nulidade, nem alcançaria um diploma. Não acha!

LUIZ - Tem razão...

PEDRO ALVES - Por que não tenta a política!

LUIZ - Porque a política é uma vocação, e quando não é vocação é uma especulação. Acontece muitas vezes que, depois de ensaiar diversos caminhos para chegar ao futuro, depara-se finalmente com o da política para o qual convergem as aspirações íntimas. Comigo não se dá isso. Quando mesmo o encontrasse juncado de flores, passaria por ele para tomar outro mais modesto. Do contrário, seria fazer política de especulação.

PEDRO ALVES - Pensa bem.

LUIZ - Prefiro a obscuridade ao remorso que me ficaria de representar um papel ridículo.

PEDRO ALVES - Gosto de ouvir falar assim. Pelo menos é franco e vai logo dando o nome às coisas. Ora, depois de uma ausência de cinco anos parece que há vontade de passar algumas horas juntos, não? Fique para jantar conosco.