de ter ela prometido passar o dia com Julinha, e serem já horas do jantar.

Tudo isso me convenceu, afinal, que o procedimento de Emília não era filho de uma simples antipatia, mas de um propósito firme de humilhar-me.

Parecia um sistema de perseguição acintosa. O instinto de defesa acordou em mim, e com ele o desejo da vingança. De longe e disfarçadamente comecei a estudar essa moça, resolvido a descobrir o seu ponto vulnerável.

Desde que a Duartezinha, como a chamavam nos salões, apareceu nas reuniões de D. Matilde, foi logo cercada por uma multidão de admiradores. Sua nobre altivez os mantinha em respeitosa distância. Ela conservava sempre na sala, como na intimidade, um mimo de orgulhosa esquivança, que afastava sem ofender.

Quando porém algum mais apaixonado ou menos perspicaz de seus admiradores, ousava transpor aquela régia altivez e casta auréola em que ela resplandecia, então sua cólera revestia certa majestade olímpia que fulminava.

Emília não valsava; nunca nos bailes ela consentiu que o braço de um homem lhe cingisse o talhe. Na contradança as pontas dos seus dedos afilados, sempre calçados nas luvas, apenas roçavam a palma do cavalheiro: o mesmo era quando aceitava o braço de alguém. Bem diferente nisso de certas moças que passeiam nas salas reclinadas ao peito de seus pares, Emília