922 DOM JOAO VI NO BRAZIL

grarem apenas vegetar, quando se Ihes depararia tanta oc- cupagao n uma terra ate ahi fechada e agora em franco pro- gresso. Os immigrants de alguns cabedaes, collocavam-n os logo em especulagoes no commercio, e aos desprovidos de recursos pecuniarios, mas nao de um mester, bastariam as obras particulares, sem fallar nas publicas.

Nao e de surprehender que, no balango dado a um tao geral adiantamento, a cidade mesma do Rio de Janeiro, a capital do novo Reino, se apresente com um largo credito ao seu activo. A transformagao de entao foi, para o tempo e dado o desconto devido a differenga das ideas e dos meios, tao consideravel como a que acabamos de presenciar. Remo- gara e arrebigara-se a cidade que Prior descrevia em 1813 formada de edificios sujos, fortes desmantelados, habitagoes arruinadas e paredes nuas, horrorizando-se sobretudo da parte commercial, retrato da devastagao, visto os Portugue- zes, no seu dizer, fazerem da mercancia e da porcaria com- panheiras inseparaveis.

Marrocos repetidas vezes falla nas suas cartas de tra- balhos de aformoseamento intentados pela corte: "... sempre aqui se projecta em obras, e obras grandes: o Palacio de S. Christovao esta muito adiantado : o de Santa Cruz vai a reformar-se e augmentar-se : ha Piano prompto para hum Palacio novo no sitio chamado a Ponta do Caju, orgando-se

a obra em 17 milhoes. A capella R. vai a dourar-se toda,

A Sra. D. Carlota vai para o Palacio, em que habitou o conde das Galveas, no sitio de Mata Porcos, que se esta preparando, como foi o de Andarahy ( I )

(1) Carta de 29 do Junho de 1815.

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