DA MINHA ALMA.
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Meu pobre coração louco
Em vão tentava animar-me,
E nova esperança dar-me,
Que não podia durar;
Sim em vão; que dentro em pouco
Os quadros, que a phantasia,
Risonhos, pintado havia,
Vinha o pranto desbotar.

Assim via ir-se escoando
O meu viver ′n este mundo,
E com desgosto profundo
Irem-se as noites no céu...
Essas noites que, passando,
Uma após outra, arrancavam
As esp′ranças, que brotavam
No puro coração meu.

Mas elle, sempre teimoso,
Co′a maior perseverança
Plantava nova esperança,
Pensando colher-lhe a flôr!
Não sabia o desditoso
Que ás sévas leis da má sorte —