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para depois ser punido, acompanhando as supplicas com a ameaça de que, se não se fizesse justiça, elle saberia tirar desforço de um vassallo traidor a seu rei, não havendo extremo a que não se abalançasse para vingar a offensa [1].

A audacia do embaixador, como este de antemão calculara, deslumbrou o papa, a quem já pesava ter aberto aquella porta para ouvir tão dura linguagem. Despedindo o ministro português, assegurou-lhe que o accusador do infante seria preso até chegarem cartas d'elrei sobre este assumpto, para o réu ser punido como calumniador; que ignorava ainda as causas verdadeiras de não ser publicada a bulla de 12 de outubro, e que elle lhe fizera bom serviço em falar com tal desassombro. Porque os principes pagavam muitas vezes com o proprio descredito as culpas dos seus ministros. Quanto á carta de 10 de dezembro, encarregava o cardeal Pucci, alli presente, de a ver com Ghinucci e Del Monte, para elle, ouvidos os pareceres dos tres, poder tomar com brevidade uma resolução ácerca do seu conteúdo [2].

  1. Ibid.
  2. Ibid.