A virgem pendeu a fronte; velando-se com as longas tranças negras que se esparsião pelo collo, cruzando ao gremio os lindos braços, recolheu em seu pudor. Assim o roseo cacto, que já desabrochou em linda flôr, cerra em botão o seio perfumado.
— Tua escrava te acompanharã, guerreiro branco; porque teu sangue dorme em meu seio.
Martim estremeceu.
— Os máos espíritos da noite turbarão o espirito de Iracema.
— O guerreiro branco sonhava, quando Tupan abandonou sua virgem, porque ella trahio o segredo da jurema.
O christão escondeu as faces á luz.
— Deus!.. clamou seu labio tremulo.
Permanecerão ambos mudos e quedos.
Afinal disse Poty:
— Os guerreiros tabajaras despertão.
O coração da virgem como o do estrangeiro, ficou surdo á voz da prudencia. O sol levantou-se no horisonte; e seu olhar magestoso desceu dos montes a floresta. Poty de pé como um tronco decepado esperou que seu irmão quizesse partir.
Foi Iracema quem primeiro fallou: