― Mas a tia não quer...
― Isso agora não vem para aqui; o que vem, é que tu não estás de modo algum no caso de responder por mim porque eu só obedeço a quem quero.
A criada das primas julgou prudente intervir.
― Então, menina Marianinha, isso não é bonito.
As meninas devem ser amigas e não andarem ás brigas.
― Eu sou para os outros o mesmo que êles são para mim; ¿quem mandou esta lambisgoia dar-me sentenças?
― Olha que, se me chamas lambisgoia faço queixa ao tio.
― ¡Ai que susto! morro de mêdo! disse Mariana, soltando uma gargalhada.
E, deitando a correr, parou á porta do lugar e pediu:
― Quatro centavos de tremoços.
O' menina, isso é muito! exclamou aflita a criada das primas.
Então, com modo gaiato, Mariana perguntou-lhe:
― ¿Tu não gostas? ¿Ou imaginas que, por eu estar proibida de os comer, tambem vocês estão?
― Lá isso não, volveu risonha a criada, eu gosto muito dêles, e não me fazem mal.
― Nem a mim, disse Claudina, cujos olhos brilha- vam de cobiça.
― Pois eu não quero, disse Ernestina amuada.
― Tambem tens razão, volveu-lhe rindo Mariana.