Ernestina e a irmã riam á socapa e murmuravam ao ouvido da prima:
― ¿Tu não esqueceste a lição da tapada ?
― ¡Isso esqueceu ela! ¿Vocês não têem ouvido o tio padre dizer que o que arde cura?
― Temos.
― Pois, meninas, é o mesmo que acontece a quem aprende á sua custa: o prêço da lição nunca lhe esquece.
Ernestina comentou rindo:
― É por isso que ela serve.
― ¿De que ris tu? perguntou D. Amália.
― Do juizo da Mariana.
― Pois, em vez de rir, devias imita-lo e não andar tanto no balouço que te não faz bem...
O riso tornou-se convulsivo na pequenada e D. Amália e a irmã olhavam-se interrogadoramente, quando Marianinha afirmou entre gargalhadas:
― ¡Deixe-a apanhar uma indigestão de balouço, minha tia. Não ha como isso para não querer mais!
É o meu caso.
E, realmente, Mariana, vendo os contras da desobediência, preferiu não aprender mais á sua custa para não ter de que se emendar.