Para lêr nas férias
25

Ernestina e a irmã riam á socapa e murmuravam ao ouvido da prima:

― ¿Tu não esqueceste a lição da tapada ?

― ¡Isso esqueceu ela! ¿Vocês não têem ouvido o tio padre dizer que o que arde cura?

― Temos.

― Pois, meninas, é o mesmo que acontece a quem aprende á sua custa: o prêço da lição nunca lhe esquece.

Ernestina comentou rindo:

― É por isso que ela serve.

― ¿De que ris tu? perguntou D. Amália.

― Do juizo da Mariana.

― Pois, em vez de rir, devias imita-lo e não andar tanto no balouço que te não faz bem...

O riso tornou-se convulsivo na pequenada e D. Amália e a irmã olhavam-se interrogadoramente, quando Marianinha afirmou entre gargalhadas:

― ¡Deixe-a apanhar uma indigestão de balouço, minha tia. Não ha como isso para não querer mais!

É o meu caso.

E, realmente, Mariana, vendo os contras da desobediência, preferiu não aprender mais á sua custa para não ter de que se emendar.