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BOOKER T. WASHINGTON

estado-maior, os soldados negros do 54.° regimento do Massachusetts. O coronel Henry Lee, numa allocução nobre e simples, inaugurara a festa rendendo homenagem ao sr. John M. Forbes, que elle substituia. O general Wolcott fizera um memoravel pequeno discurso, affirmara “que o forte Wagner figurava na historia duma raça e marcava o principio da sua maioridade”. O sr. Quincy tinha recebido o monumento em nome da cidade. Emfim a historia do coronel Shaw e do seu regimento negro fôra reproduzida em termos eloquentes e o cantico “Os meus olhos viram a tua gloria, Senhor” havia terminado quando Booker Washington se levantou. O momento era propicio. A multidão, que sahia da calma habitual aos auditorios dos concertos, vibrava. Dez vezes tinha-se levantado para applaudir, lançar vivas, agitar lenços. Quando aquelle homem intelligente, de pelle escura e voz poderosa, começou a falar, a citar os nomes de Stearns e Andrew, a commoção espalhou-se. Os olhos dos militares e dos civis molharam-se.

O orador, voltando-se para os soldados negros e para o porta-bandeira do forte Wagner que, sorrindo, levantava o pavilhão nunca abandonado, exclamou:

— Para vós, restos mutilados e dispersos do 54.º, que honraes esta cerimonia apresentando-vos aqui, o vosso commandante não morreu. Ainda que a cidade de Boston não tivesse erguido este monumento, ainda que a historia esquecesse tão altos feitos, em vós e na raça leal que represen