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MULHERES E CREANÇAS

perseverantes sacrificios, senão tambem a companheira do seu espirito; a socia das suas aspirações; a intelligencia que comprehenda e partilhe as suas legitimas ambições e as suas chimericas phantasias; o animo viril que saiba amparal-o nas horas de desalento; a mão firme e branda, que saiba guial-o nos momentos escuros de lucta e de tentação: o seio terno que lhe acolha a cabeça cansada na hora sinistra das derrotas; o bello e enthusiastico espirito que applauda a suprema embriaguez das suas victorias; n’uma palavra, a mulher digna de ser mãe e de educar uma geração de fortes.

É preciso, que se compenetrem bem d’esta idéa fundamental: o trabalho, seja de que especie fôr não desdoira uma mulher nem deixa de ser compativel com as mais delicadas distracções de um espirito culto.

Trabalhar não é fazer crochet, não é cozer durante seis mezes na mesma camisa, que ha de ser offerecida a um pobre romantico, a um pobre de opera-comica; não é bordar umas eternas babouches, que se começam no dia seguinte ao do casamento, e que se acabam dez annos depois.

Trabalhar é ser util, é occupar o espirito, é adquirir conhecimentos ou espalhal-os em torno de si, é concorrer para o bem-estar dos outros e para o seu aperfeiçoamento proprio.