— Não. Porquê?
E affastou-se com o capitão Rytmel para ao pé da tenda onde de dia se fumava, e agora deserta e quasi escura.
Eu machinalmente fui-os seguindo, cheguei-me imperceptivelmente pelo lado opposto, e quasi sem querer ouvi.
O capitão dizia-lhe:
— Mas porque duvida? Eu desprezo aquella mulher. A nossa amisade nada perde, e nada soffre. Ella foi para mim um capricho, e historia de um momento. Agora nem uma recordação é...
Continuaram fallando baixo, e melancolicamente. Eu fui encostar-me um momento á amurada. Erguera-se vento, e o vapor começava a jogar...
Quando me approximei de novo dos grupos ruidosos, ouvi casualmente Carmen que dizia:
— Onde se some aquelle capitão Rytmel? Desappareceu outra vez com a condessa, não viram? Vamos procural-os.
Comprehendi a traição. Corri rapidamente, sem ser percebido, á tenda fumoir, entrei, sentei-me n’um banco, conversando alto, ao acaso. A tenda estava apenas allumiada por uma lanterna. A condessa ao ver-me apparecer assim tão bruscamente, fizera-se pallida de colera.
Mas n’este momento chegavam alguns officiaes, gritando:
— Rytmel! Rytmel!
Eu adiantei-me, dizendo:
— Que é? Estamos aqui; não queremos dançar mais...
Os officiaes affastaram-se. A condessa percebeu que eu a tinha salvado de uma situação penosamente equivoca, e o seu olhar agradeceu-me, profundamente.
— Desça, condessa, desça, segredei-lhe eu.
Ella disse com um sorriso melancolico a Rytmel:
— Está frio, adeus!
Rytmel e eu voltámos para o grupo dos officiaes.
Eu queria-me vingar-me de Carmen; lembrou-me o tornal-a o centro de ruido, e d’orgia.
— Señorita! disse-lhe eu, cante-nos uma seguidilla ou uma habanera! Faz um bello effeito no alto mar. Estão aqui gentlemen que nunca ouviram a musica dos nossos paizes.
— Sim, sim, gritaram todos. Uma seguidilla!
Ella queria recusar-se, descer ao beliche.
— Não, não, cante, mylady, cante!
Os pedidos eram instantes, e ruidosos. Ella cedeu, ergueu a voz, no meio do silencio, acompanhada pelo monotono