quando o deixara, passou pelo espírito revolto do africano de relance, mas como uma visão horrível, no fundo da qual ele via ou antes revia.
O quê?
O medonho abismo que outrora aos raios de uma lua de inverno, abrira a imensa cratera para devorar em um ápice, aquilo que mais amava neste mundo.
Quando, pois, ao primeiro olhar lançado sobre o remoinho ele conheceu que não era Mário a vítima, saiu-lhe sem querer do seio aquele amplo e longo respiro.
Mas logo caiu em si. Seus olhos se ergueram do abismo ao céu, e aí se engolfaram cheios de uma expressão indefinível. Que passava nessa alma para assim transfigurar o rosto grosseiro do escravo? Era dor, era espanto, era unção? ou tudo isso reunido?
Quem o pode saber?
A grande estatura do negro de pé sobre o rochedo, iluminada em cheio pelo sol, e moldurada pela natureza agreste que o rodeava, era digna de um cinzel.
— Castigo do céu!... balbuciavam surdamente seus lábios.