— Logo! disse rápido o menino lançando um olhar desconfiado para as companheiras que se aproximavam.
Benedito compreendeu:
— E sinhá D. Francisca, está melhor, meu nhonhô? perguntou o preto com interesse.
— Ela diz que está; mas...
O olhar triste do menino acabou a frase.
Alice chegava com Adélia e as mucamas:
— Adeus, papai Benedito; como vai vovó?
— Chocando, chocando, nhanhã! Enquanto não tirar aquela cafifa do corpo, não fica boa!
A cafifa da tia era um reumatismo crônico, mas de acessos periódicos, que a punham de cama e tolhida por muitos dias.
— Eu vim visitar a ela. Mamãe mandou.
— Deus lhe pague, nhanhã. Vai; ela há de ficar muito contente.
A linguagem dos pretos, como das crianças, oferece uma anomalia muito frequente. É a variação constante da pessoa em que fala o verbo; passam com extrema facilidade do ele ao tu. Se corrigíssemos essa irregularidade, apagaríamos um dos tons mais vivos e originais dessa frase singela.