Tragedia de um capão de pintos
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A vida na fazenda rolava na mesmice de sempre. Tudo continuava. A Russa a puxar a carrocinha, a Princeza a mascar palhas, o Vinagre a acuar em sonhos.

Só na tribu do Péva a alegria não era a mesma. Saudades do marreco. Varias vezes o frango indagou do destino de Réco-Réco, forçando o capão a mentir. “Anda de viagem, uma longa viagem... Um dia volta”.

Mas com que tristeza punha os olhos no tanque ou nas poças de enxurro que se formavam em dias de aguaceiro, pensando lá comsigo: — Nunca mais!...

O tempo corre, as estações se succedem e a primavera se annunciou nos mil botões que se arredondavam nas laranjeiras. Os orphãos do capão já eram mais companheiros de ciscagem do que filhotes pipilantes. Já dispensavam sua assistencia solicita. O peruzinho, grandalhudo e bem empennado, fez-se independente. O frango punha crista, com as esporas abotoadinhas. Mudara de genio, e se via alguma franga, ia arrastar-lhe a asa até que algum gallo de verdade o escorraçasse.

Certa manhã a Perguntativa veio assistir á amilhagem das aves. Fez varias pergun-