ODES MODERNAS
9
III


Fecundou!... Se eu nas mãos tomo um punhado
Da poeira do chão, da triste areia,
E interrogo os arcanos do seu fado,

O pó cresce ante mim... engrossa... alteia....
E, com pasmo, nas mãos vejo que tenho
Um espírito! o pó tornou-se idéa!

Ó profunda visão! mysterio estranho!
Ha quem habita alli, e mudo e quedo
Invisivel está... sendo tamanho!

Espera a hora de surgir sem medo,
Quando o deus encoberto se revele
Com a palavra do immortal segredo!

Surgir! surgir! – é a ancia que os impelle
A quantos vão na estrada do infinito
Erguendo a pasmosissima Babel!