OS ARGONAUTAS


I


Uma madrugada de ouro alastrava os céos azues da Hélade. As muralhas rendilhadas de Iôlkos, envolvendo uma multidão de palacios e templos, branquejavam na verde curva do golfo, cujas ondas reflectiam magicamente a cidade que tinha, n’agua, a rutilação e o aspecto das paisagens polares. Aqui e além, pequenas ilhas frondentes surgiam, como ninhos de verdura ou grandes esmeraldas, sobre a ampla planura de turqueza liquida. As aguas do Pagasæ, mansas e espelhadas, vestiam um esplendor de purpura ao Levante, onde espuma o Egeu, e convidavam a vogar. Longe, ao Norte, no Ossa, fulgiam feéricamente, accêsas pelo sol, no seu recorte em ameias, as platéas nevadas do Pelion. E ao sul, na Eubéa, vinha pouco e pouco