272
QUINCAS BORBA

272

QUINCAS BORBA

mãe, como uma das causas de suas melancoliaa. D. Fernanda entrou a leval-a a toda parte, a trazel-a para jantar, a dar-lhe logar no camarote, se ia ao theatro; e graças a isso, e ao seu gênio galhofeiro, sacudiu da alma da moça os corvos aborrecidos que lá avoejavam. Costume e afeição depressa as fizeram intimas. Não obstante, Maria Benedicta continuou a calar o seu mysterio. — Seja qual fôr o mysterio, pensou um dia D. Fernanda, acho que o melhor é casala com o Carlos Maria; a Sonora que espere. — Você precisa casar, Maria Benedicta, disse-lhe dalli a dous dias, da manhã, na chácara, em Mattacavallos; Maria Benedicta tinha ido ao theatro com ella, e passara lá a noite. — Não quero estremecimentos; precisa casar e hade casar... Desde ante* hontem que estou para lhe dizer isto, mas estas cousas falladas em sala ou na rua, não tem força. Aqui na chácara é diferente. E se você tem animo de trepar commigo um pedaço do morro, então é que ficaremos bem. Vamos? — Está fazendo calor... — É mais poético, menina. Ah! carioca sem sangue! Vocês só tem água nas veias. Pois fiquemos aqui neste banco. Sente-se; assim, eu fico aqui