homem. Rubião achava que a clausula era natural, mas desnecessaria, porque elle e o cão eram dous amigos, e nada mais certo que ficarem juntos, para lembrar o terceiro amigo, o extincto, o autor da felicidade de ambos. Havia, sem duvida, umas particularidades na clausula, uma historia de urna, e não sabia que mais; mas tudo se havia de cumprir, ainda que o céo viesse abaixo... Não, com a ajuda de Deus, emendava elle. Bom cachorro! excellente cachorro!

Rubião não esquecia que muitas vezes tentára enriquecer com emprezas que morreram em flor. Suppoz-se n’aquelle tempo um desgraçado, um caipora, quando a verdade era que «mais vale quem Deus ajuda, do que quem cedo madruga.» Tanto não era impossivel enriquecer, que estava rico.

— Impossivel, o que? exclamou em voz alta. Impossivel é a Deus peccar. Deus não falta a quem promette.

Ia assìm, descendo e subindo as ruas da cidade, sem guiar para casa, sem plano, com o sangue aos pulos, e as ideias baralhadas. De repente, surgiu-lhe este grave problema: — se iria viver no Rio de Janeiro, ou se ficaria em Barbacena. Sentiu cocegas de ficar, de brilhar onde escurecia, de quebrar a