Sá me dissera isso; houve como um ligeiro trêmulo na sua voz, e talvez para disfarçar foi que pegou de um pequeno jornal de província, passando o olhar ligeiramente por ele.
— Lês a Gazeta de Uberaba? indaguei.
— Leio. Um amigo, político lá, manda-me.
— Que ele te mande, não é de admirar; mas que a leias!...
— Leio. Gosto dos jornais obscuros, dos jornais dos que iniciam. Gostos dos começos, da obscura luta entre a inteligência e a palavra, das singularidades, das extravagâncias, da livre ou buscada invenção dos principantes.
— Estás como o meu amigo Domingos Ribeiro Filho, que diz: todo o vitorioso é banal.
— Concordo com ele, mas unicamente no meu estreito ponto de vista pessoal.
— De certo.
— Eu assino a Pesquisa, de Cascadura. Está ali um exemplar. Tira.
E apontou uma estante junto de mim.
— Esta?
— Sim. Lê o sumário.
Tinha em mãos a Pesquisa, de Cascadura, em cuja capa, feia e suja, a envolver uma má brochura de sessenta paginas, li vagamente: Literatura subjacente; Teixeira de Souza, o estilista