JUSTIFICAÇÃO DE CARLOS

No dia seguinte pela manhã, era a snr.ª Antonia introduzida com muita deferencia no quarto de Jenny. A criada de Manoel Quentino estava penhorada com tantas attenções, e era já, de corpo e alma, creatura da inglezinha, como ella chamava a Jenny Whitestone.

Jenny fel-a sentar junto de si e pediu-lhe que lhe dissesse quanto sabia da tal senhora, a quem alludira na vespera.

Antonia com muitas digressões, a que era inclinada, contou como n'aquella manhã, passando por a rua de Santa Catharina, vira estar o snr. Paulo, segundo caixeiro do escriptorio de Mr. Richard, fallando, da rua para a janella, com uma senhora, que lhe sorria com affecto. Antonia, obedecendo a natural curiosidade, affirmou-se na tal senhora e reconheceu-a a mesma que procurára Carlos e saíra com elle n'aquella manhã, em que Antonia viera colher informações da snr.ª Josefinha da Agua-benta.

—Era ella sem tirar nem pôr. Emquanto a mim, alguma comediante do theatro, porque dizem... mas perdôe-me a senhora o eu estar com isto.

Jenny fingiu não attender á opinião de Antonia e perguntou:

—E diz então que mora?

—Na rua de Santa Catharina.

E entrou na minuciosa descripção da casa, com todas as particularidades, que a podessem fazer conhecida.

Jenny já não tinha nada mais a saber de Antonia.

Ao recompensar generosamente a boa vontade da informação, disse, como para acalmar os escrupulos ficticios de Antonia:

—Creia que lhe fico ainda obrigada por o que me contou. E agora tenho a pedir-lhe outra cousa.

—Diga, minha senhora, diga.

—A snr.ª Antonia não ha de dizer que veio aqui.

—Ora essa!

—Estou certa de que não diz; além d'isso, falle verdade, quer muito mal a meu irmão?

—Eu, minha senhora?—disse Antonia, visivelmente enleiada com a interpellação.

—É provável que sim. Quasi todos são injustos para Carlos, antes de o conhecerem. Depois, vendo como elle é bom, generoso e delicado, acabam por adoral-o.

A snr.ª Antonia ficou abalada nos seus juizos a respeito dos dotes criticos da cunhada da sobrinha do homem da sua comadre.

—Ora diga—continuou Jenny—não são prevenções sómente as que tem contra meu irmão?

—Sim... eu... quero dizer... a fallar a verdade...

—Pois bem; só lhe peço que, durante alguns dias, não pense bem nem mal de Carlos, até... até ter noticias minhas.

—Ó minha senhora, pois eu pensava lá...

—Vá, vá, snr.ª Antonia, para que Cecilia não desconfie. Não lhe diga cousa alguma, nem falle na tal senhora...

—Esteja descansada.

Logo que Antonia saiu, Jenny deu ordem para prepararem o carro.

E quando lhe annunciaram que esta ordem estava cumprida, desceu ao portal e entrando para o carro, disse ao criado, que a ajudou a subir:

—Ao alto de Santa Catharina.

Em pouco tempo, achou-se transportada lá. Jenny, pelos signaes que recebera de Antonia, e conservava de memoria, pôde reconhecer a casa da tal senhora e mandou parar defronte d'ella.

Só então hesitou pela primeira vez n'esta serie de actos, a que obedecera como subjugada por quasi instinctiva violencia.

—Em casa de quem vou eu entrar?—pensou ella—-Que mulher será esta? Carlos afiançou-me... porém...

Á porta da casa contigua estava um criado, olhando com curiosidade para o carro era que viera Jenny.

Jenny mandou perguntar a este criado informações a respeito da senhora que vinha procurar.

Obteve a resposta de que morava na tal casa uma senhora viuva, na companhia do filho.

Jenny não hesitou mais; saltou para o passeio e tocou a campainha.

Passados minutos, era recebida em uma modesta, mas asseiada sala, por uma senhora ainda bella, apesar de haver já passado o verdor da juventude.

Jenny foi direita ao fim da visita.

—Minha senhora—disse ella—eu chamo-me Jenny Whitestone.

A senhora estremeceu de surpreza. Jenny proseguiu com uma concisão, verdadeiramente ingleza:

—Venho de proposito procural-a, e não sei ainda a quem tenho a honra de fallar. O fim da minha visita é este: Meu irmão, Carlos Whitestone, saíu ha dias de casa na companhia de uma senhora; entrou em uma loja de ourives, e vendeu um relogio, que, pouco tempo antes, recebera de meu pae.—Este facto foi sabido; meu pae experimentou com isto grande desgosto, e esta acção de Carlos tem sido interpretada de maneira desfavoravel para elle e trazido comsigo dissensões domesticas, que trabalho por aplacar. Meu irmão afiança não ter sido indigno o motivo do sacrificio que fez d'aquella dadiva do affecto paterno; insiste porém em não o explicar. Eu creio na palavra de Carlos, porque o conheço; mas nem todos depositam n'elle a mesma confiança. Soube por acaso que era v. exc.ª a senhora, que n'aquella manhã acompanhava meu irmão. Poderei obter de v. exc.ª provas para a justificação de Carlos?

Emquanto Jenny fallava, a senhora mostrava-se cada vez mais agitada, como se diversas sensações se combatessem n'ella. Ao ouvir-lhe esta pergunta, respondeu com as lagrimas nos olhos:

—Póde, sim, minha senhora; mas... depois de v. exc.ª as ver, dirá se me será possivel deixar de pedir-lhe que não use d'ellas.

—Como?—perguntou Jenny, admirada.

Em vez de responder, a senhora levantou-se e aproximou-se de uma secretária, que abriu. Voltou dentro em pouco, trazendo alguns papeis na mão.

—Eu sou a mãe de Paulo, o caixeiro do escriptorio do snr. Whitestone.

—Ah!

—Queira ler esta carta, minha senhora.

Era uma carta de Paulo á mãe.

Jenny leu; a meia leitura, saltavam-lhe já as lagrimas dos olhos e comprehendia tudo.

N'esta carta Paulo confessava-se criminoso e dizia-se perdido para sempre. O muito amor, que tinha á mãe, tornára-lhe insupportavel a ideia de que a menor privação fizesse sentir á pobre senhora as amarguras de unia existencia, para cujo amparo só elle ficára, depois da morte de seu pae.—Este sentimento piedoso perdeu-o. Não bastando para tratal-a, como desejava, os ordenados do escriptorio, contrahiu dividas primeiro; para as saldar, jogou nas loterias; acresceu o mal; e mais tarde, em um momento de desespêro, durante o mez da doença de Manoel Quentino, subtrahiu uma avultada somma da caixa, fechando os olhos ás consequencias.—A confiança de Carlos era facil de illudir; mas na vespera do regresso de Manoel Quentino ao escriptorio, Paulo previu que o desconfiado guarda-livros cêdo descobriria tudo. Após o susto, veio o remorso, e após o remorso, a resolução desesperada. Para evitar o suicidio, resolveu fugir da cidade. N'esta carta despedia-se portanto da mãe, e recommendava-lhe que pedisse protecção a Mr. Richard e sobretudo a Carlos, em cujo caracter generoso o pobre rapaz confiava cegamente.

—Ó meu bom Charles!—disse Jennv, ao acabar de ler—eu bem sentia que havia de ser digno de ti o motivo, que te levou áquillo. Comprehendo tudo, meu irmão...

—Seu irmão é uma alma sublime, a quem Deus pagará em venturas as lagrimas de gratidão, que elle me tem feito derramar.

Jenny apertou commovida as mãos da senhora, que chorava.

Contou a mãe de Paulo os promenores das scenas, que se passaram n'aquella manhã: como, ao acordar, dera pela ausencia do filho e encontrára esta carta a explical-a; o seu desespêro, a sua irresolucão; a ignorancia, em que ficou sobre o destino de Paulo.—Disse depois como o bilhete de um amigo desconhecido, indicando a Paulo a hora a que devia estar a bordo do navio, lhe dera indicios.

Depois contou toda a entrevista com Carlos, a quem ella recorrera desesperada. A prompta disposição d'este para valer-lhe, como, obtida com a venda do relogio a somma do alcance de Paulo, Carlos a acompanhára á Foz, até bordo do navio, e lhe restituira o filho, que ella já suppunha perdido.

—Horas depois—concluiu ella—recebia eu em casa este bilhete de Paulo.

Jenny leu-o. Dizia apenas:

«Tudo está salvo, minha boa mãe. A generosidade do snr. Carlos livrou-me da deshonra. Resta-me o dever da regeneração, que sinto agora mais vivo do que nunca.»

—E agora diga, minha senhora, devo accusar meu proprio filho? Não era por mim que elle se perdia? E devo pagar-lhe assim? É de justiça, bem sei; mas... perdôe-me se me falta a coragem. Não desculpará esta fraqueza a uma mãe?

Jenny abraçou-a com ternura.

—Tranquillise-se, minha senhora. Não é a esse coração que eu pedirei tal sacrificio. Deus me inspirará algum meio de valer a todos. Sinto-me agora com força para tudo.

—Pobre Paulo! O muito amor que me tem foi que o levou áquillo. Ainda hoje sente remorsos tão vivos!... Elle bem faz por se alegrar, mas... conheço que lhe peza esta pena dentro da alma. «Se eu fosse só—disse-me elle ha dias—se a minha desgraça não podesse cair sobre a cabeça de mais ninguem, eu já teria confessado tudo! Envergonho-me de mim mesmo, quando penso no meu silencio.» E eu, senhora, que abençoaria a hora, em que espontaneamente elle o confessasse, não tenho coragem para dizer-lhe: Falla! Parece-me quasi uma ingratidão... Era como se eu propria, sabendo que elle se deshonrára por mim, o apontasse deshonrado aos olhos dos outros.

Jenny consolou a pobre mãe e prometteu-lhe não revelar a alguem o que d'ella acabára de saber.

Saíu d'alli com a alegria no coração a generosa irmã de Carlos.

De caminho ia pensando na maneira de proceder para patentear ao pae a innocencia de Carlos, sem trahir a confiança, que a mãe de Paulo depositára n'ella.

De subito acudiu-lhe uma ideia, que a fez sorrir. E, em vez de voltar para casa, como tencionava, deu ordem para que a conduzissem ao escriptorio da rua dos Inglezes.

Mr. Richard, que passeiava na Praça, vendo chegar a filha, aproximou-se d'ella sorrindo.

—Que madrugada é esta, Jenny?

—Admira-se? pois ha muito que ando por fóra.

—Então é dia de feira?

—Não, senhor; mas tenho hoje de lhe dar contas de um trabalho de que me encarreguei.

—Qual?

—Um problema que prometti resolver em oito dias.

—Ah! e então?...

—E então, nem tanto tempo me foi preciso; já possuo a solução; agora só me resta uma difficuldade.

—Qual é?

—Achar a maneira apropriada de lh'a fazer saber.

—Isso não custa a imaginar.

—Não é muito facil, porque prometti que não serei eu que a diga.

—E então quem ha de ser?

—É o que venho procurar.

—Aqui?

—Lá acima, ao escriptorio, onde me deixará subir e demorar algum tempo.

—Como quizeres. E póde saber-se se a solução é satisfactoria?

—A melhor possivel.

—Duvido.

—Verá.

—Verei.

—Duas palavras mais; os seus caixeiros sabem todos inglez?

—Manoel Quentino...

—Esse sei que sim; os outros?

—Paulo não o falla, mas entende-o; o outro nem o entende, nem o falla.

—Bem. Outra cousa. Ha de fazer-me uma promessa.

—Dize.

—Quando souber a solução do problema, se reconhecer que foi severo de mais para com seu filho, será, em compensação, indulgente para com o verdadeiro culpado.

—Pois ha culpados?

—Promette?

—Mas...

—Prometterei, porém...

—Até logo. Ou eu me engano muito, ou, d'aqui a meia hora, póde vir saber o resultado.

—De ti?

—De mim não. Até logo.

E desappareceu, subindo com ligeireza as escadas carunchentas do escriptorio.

Ao entrar alli dentro, Jenny revestiu-se de um d'aquelles ares graves e pensativos, que tão bem lhe iam á physionomia sympathica.

Estavam na sala Manoel Quentino, Paulo e o outro caixeiro, e todos se levantaram, ao verem entrar a joven ingleza.

—Por favor, deixem-se estar como estão—disse ella, sentando-se ao pé de Manoel Quentino.—Quero descansar algum tempo aqui; mas não interrompam os trabalhos.

—Estava bem longe de a esperar hoje por estes sitios, miss Jenny—disse Manoel Quentino, continuando a trabalhar.

—Precisei de fallar com o pae... Mas que tem, Manoel Quentino? Parece-me triste; Cecilia como está?

—Graças a Deus, menina, Cecilia... não está mal.

—Então não esteja triste. Para tristezas basto eu.

—Então miss Jenny está triste?

—E não pouco, Manoel Quentino.

Manoel Quentino sorriu, como quem duvidava.

—De que se ri? Julga-me incapaz de sentir a tristeza?

—Não, mas não vejo o que possa causar-lh'a.

—Então ouça e diga se o motivo não é para estes e peiores effeitos.

Jenny, passando de repente a fallar inglez, como se desejasse ser sómente comprehendida por Manoel Quentino, a quem se dirigia em tom confidencial, proseguiu:

—Charles tem excellente coração, como sabe; mas uma cabeça!... Sem o querer, é o motivo de continuados desgostos em casa. Ahi está que se dá agora com elle um facto, bem singular, que é a causa da minha tristeza.

E Jenny principiou a contar a Manoel Quentino a historia do relogio, o desgosto de Mr. Richard, a insistencia de Carlos em occultar as razões que o moveram áquella venda, razões que elle se limitava a affirmar não serem vis.

—Mas que quer?—proseguia Jenny—quem o acreditará? Eu e mais ninguem. O conceito que geralmente fazem de meu irmão, não lhe serve de fiança valiosa. Isto tem feito existir entre Charles e o pae, ha já muitos dias, uma frieza... mais do que frieza, uma quasi hostilidade, que me afflige. Se soubesse, Manoel Quentino, o que tenho chorado por causa d'elles!...

Jenny que, como dissemos, fallava agora em inglez e como quem não receiava que alguem mais a comprehendesse na sala, lançava de quando em quando olhares furtivos para Paulo e via-o mudar de cor, passar de pallido a córado, empallidecer de novo, córar outra vez, emquanto mal segurava na mão tremula a penna, com que escrevia.

Jenny seguia com prazer todos estes signaes, e por elles conjecturava que estava sendo entendida.

—Verduras!—disse Manoel Quentino, procurando desculpar Carlos.

—Que importa que o sejam? São motivo bastante para nos fazer soffrer a todos.

Jenny insistiu muito n'isto, exagerou as côres sombrias com que pintou o horizonte domestico. N'isto fallava ainda, quando Mr. Richard entrou no escriptorio. Jenny receiou que qualquer pergunta d'elle inutilisasse todo o artificio, e por isso correu ao encontro do pae e, fingindo abraçal-o, disse-lhe ao ouvido:

—Não se refira a nada do que ha pouco lhe disse e demore-se aqui no escriptorio.

Mr. Richard fez, sorrindo, um signal de assentimento.

Jenny sustentou uma conversa insignificante, sem nunca perder de vista Paulo, cuja turbação indicava uma violenta lucta interior. Jenny agourava bem do que ia observando n'elle.

Emfim deixou afrouxar a conversa e fez ao pae signal para que entrasse no gabinete. Mr. Whitestone assim o fez.

A agitação de Paulo cresceu. Jenny espiava-lhe todos os movimentos e expressões. Viu-o pousar a penna e erguer-se, como movido por forte resolução. Jenny tremeu de sobresalto! Depois fez-se pallido, passou a mão pela fronte e sentou-se outra vez. Jenny desanimou. Ergueu-se emfim resoluto, e sem parar um momento mais, dirigiu-se ao gabinete de Mr. Richard e pediu licença para entrar.

—Entre—disse de dentro a voz do negociante.

Paulo entrou, fechando a porta atraz de si.

Jenny não pôde conter-se; saíram-lhe involuntariamente dos labios estas palavras:

—Está ganha a causa!

Manoel Quentino olhou para ella admirado.

Jenny pôz-se a rir.

—Se soubesse, Manoel Quentino, que se está agora mesmo desmoronando o ultimo e pequeno estorvo, que se oppunha á sua felicidade!...

Manoel Quentino cada vez a comprehendia menos.

Jenny nada mais disse.

A conferencia de Paulo e de Mr. Richard durou muito tempo. De fóra só se percebia um indistincto rumor de vozes, sem se distinguir uma só palavra.

A final abriu-se a porta outra vez.

Passou por Jenny o tremor de incerteza.

O primeiro que saiu foi Paulo; trazia as faces afogueadas, os olhos vermelhos; mas, por entre estes vestigios de tristeza, transluzia certo ar de contentamento de alma, que tranquillisou Jenny.

Momentos depois saiu Mr. Richard. Através da impassibilidade e frieza apparente da physionomia do velho, o olhar de Jenny percebeu que lhe ia muita alegria no coração.

Mr. Richard deu algumas ordens, fez algumas recommendações, e depois, voltando-se para a filha, disse-lhe que estava á disposição d'ella. Retirava-se do escriptorio a uma hora excepcional.

Jenny acompanhou-o.

—Saíste-te perfeitamente da tua incumbencia, Jenny—disse-lhe o pae, quando a sós com ella no carro.

—Então não saí?

—E como o conseguiste?

—Mais de vagar!... Esse é o meu segredo. Diga, não estará Carlos ainda justificado?

Um sorriso foi a resposta que obteve esta pergunta; sorriso de orgulho, de affecto, de commoção, que tudo estava então experimentando aquelle coração de pae.

—Carlos tem uma alma generosa, leal; eu tenho sido devéras injusto com elle.

Jenny exultou ao ouvir esta confissão.

—Escuso de perguntar—disse ella—se foi indulgente com o culpado: tenho até a pedir-lhe perdão de ter antes exigido a promessa d'aquillo, que por certo espontaneamente faria.

—Enganas-te; eu castigo.

Jenny olhou-o inquieta.

—O castigo é um dever moral—proseguiu o pae.—É o meio de regeneração. As almas fracas e vis castigam-se com rigores; só o mêdo póde refreial-as. Mas Paulo, apesar da sua fraqueza, tem vigorosos ainda os instinctos da honra; para estes o castigo, que regenera, é o pagar a culpa com o beneficio. No mesmo dia, em que Manoel Quentino for meu socio, Paulo será nosso guarda-livros, ser-lhe-hão augmentados os salarios e confiada a caixa.

Jenny beijou as mãos do pae.

—Deus não castigaria por outra fórma.

—Não digas heresias, Jenny.

Haviam chegado a casa.

—Agora pódes fazer a Manoel Quentino o teu presente—disse Mr. Richard.

—E depois...

—Depois examinaremos de vagar o resto das tuas loucuras.