D. Diogo pouco tempo viveu: todos os dias ouvia missa; todas as semanas se confessava. D. Inigo, porém, nunca mais entrou na igreja, nunca mais rezou, e não fazia senão ir à serra caçar.

Quando tinha de partir para as guerras de Leão, viam-no subir à montanha armado de todas as peças e voltar de lá montado num agigantado onagro.

E o seu nome retumbou em toda a Espanha; porque não houve batalha em que entrasse que se perdesse, e nunca em nenhum recontro foi ferido nem derribado.

Diziam à boca pequena em Nustúrio que o ilustre barão tinha pacto com Belzebu. Olhem que era grande milagre!

Meio precito era ele por sua mãe; não tinha que vender senão a outra metade da alma.

Por oitenta por cento de lucro no recibo de um egresso, a dá aí inteiro ao demo qualquer onzeneiro, e crê ter feito uma limpa veniaga.

Fosse como fosse, Inigo Guerra morreu velho: o que a história não conta é o que então se passou no castelo. Como não quero improvisar mentiras, por isso não direi mais nada.

Mas a misericórdia de Deus é grande. A cautela rezem por ele um Pater e um Ave. Se não lhe aproveitar, seja por mim. Amém.