Desapontamento[1]
Eramos sós n'uma sala;
ella em silencio, eu fallava,
e a mim tremia-me a falla....
e a ella a mão que eu beijava.
Amo-te, disse-lhe, e ella
corou, como adivinhando
que, se pallida era bella,
era mais bella corando.
Pedi-lhe, sorrindo, um beijo,
e ella curvou a cabeça,
e depois disse com pejo:
«Não é coisa que se peça!»
Não é?!.. Mas rouba-se... e n'isto
(vejam como eu ficaria!)
á porta da sala avisto....
um priminho que se ria.
Alexandre da Conceição.
- ↑ Nota illustrativa. O author d'estas linhas sabe que desapontamento é um anglicismo ou um galicismo; mas commette o delicto de leza linguagem, conscio da futilidade da versalhada.