(Do "Bah Nahmed")
Era uma vez, na cidade de Tchinfanfu, circunspecção do Kuetcheu, havia um estudante chamado Ting-lih-Tchung. Como a sua vida era consumida da leitura dos grandes livros da Sabedoria, não tinha para o servir senão uma criada.
Certo dia, na ocasião em que a rapariga trazia vinho ao seu senhor, dirigiu-lhe, este, uma pilhéria. A criada, que era muito tímida, ficou toda vermelha, e, na sua atrapalhação, respondeu-lhe com uma inconveniência.
— Que é isto? — gritou-lhe o estudante. — Como é que te permites dizer tais coisas na minha presença? Vais ser castigada pelo teu desaforo!
E, apanhando de um feixe de varas que estava junto à parede, marcha para a desgraçada, levanta-lhe a saia, baixa-lhe a calça, e vai começar a vergastá-la, quando, à vista daquela carne moça e sensível, se compadece, de rrepente. Durante um momento, olha, examina a beleza daquele corpo, sujeito a castigo tão infamante. E, encostando o feixe de varas ao muro, acaricia-a, anima-a e , ao e, ao fim, manda-a embora.
— Agora, cai! — diz-lhe.
No dia seguinte, estava o estudante no seu gabinete, a meditar sobre os livros da Sabedoria, quando a tímida Tengchi lhe bateu à porta.
— Que é, ainda? — indagou, irritado, Ting-lih-Tchung. — Eu não te havia recomendado que ninguém me perturbasse no meu estudo?
— Ah, meu mandarim, sou eu! — exclamou a rapariga, entrando.
—E que desejas?
Tengchi baixa a cabeça e soluça:
— Eu pratiquei outra inconveniência, meu senhor; e vim aqui para ser castigada outra vez...