OS NOIVOS

Á sombra dos lilazes perfumada
Sorriem-se felizes, ternamente...
A viração suspira embalsamada
Nas harpas da floresta viridente.

Circumda-os uma auréola sagrada,
— A ventura sonhada docemente
E um puro amor, a eterna Madrugada,
Lhes banha a fronte doce e resplendente.

E emquanto a alada turba dos maestrinos,
Os melros joviaes, trauteiam hymnos
Ao sol que surge, n'um clarão fulgindo,

Entre a folhagem, corre o som de um beijo,
Suave e puro, como o brando harpejo
Das assucenas o seu peito abrindo...

Porto — Outubro, 1885.