Donde é que te eu vi, donzela,
E o que eras tu nesta vida
Quando não tinhas vestida
A forma de virgem bela
Que ora te vejo trajar?
Estrela foste no céu,
Serias no prado flor?
Ou, no diáfano splendor
De que Íris faz o seu véu,
Estavas, Silfa, a bordar?
Não houve poeta ainda
Que te não visse e cantasse,
Mulher que não te invejasse,
Nem pintor que a face linda
Te não fosse copiar.
Séculos tens. - E ah!... já sei
Quem és, quem foste e hás-de
Bem te eu estava a conhecer
Quando primeiro te olhei
Sem te poder estranhar.
Com Deus e coa Liberdade
De nossas terras fugiste
Quando perdidos nos viste,
E te foste à soledade.
Do Novo Mundo acoitar.
Pois que ora piedosa vens
E nos sentes ressurgir,
Oh!, não tornes a fugir,
Que melhor pátria não tens
Nem que mais te saiba amar.
Teu natal celebraremos
Hoje e sempre: teus amigos
Somos na lealdade antigos,
E no ardor novos seremos,
No desvelo em te adorar:
Porque tu és o Ideal
Da só beleza - do Bem;
Não és estranha a ninguém,
E de ti só foge o mal
Que te não pode encarar.