Encontramos o Reis a porta do seu armazém. Entramos.
Faltavam dez minutos para a meia-noite.
— Vamos ter com o armênio, disse o Reis.
E passou adiante para dirigir-nos.
Nunca maldisse tanto da minha miopia física porque achava-me possuído da mais viva curiosidade, desejava e não me era dado ver o que se ia passar, e apenas posso hoje relatar o que o bom velho meu amigo, e o Reis também desde esse dia muito meu amigo, me contaram muitas vezes com todos os pormenores.
Avançamos por um longo corredor; o velho levava-me pela mão e a mão do velho estava enregelada e trêmula.
O Reis repetiu duas vezes:
— Isto não passa de uma comédia, que nos fará rir amanhã: a verdadeira magia está nas maravilhosas realidades das ciências físicas
Mas a voz do Reis estava um pouco alterada e como se o seu coração palpitasse forte, e apressadamente por nervosa agitação.
Chegamos ao fim do corredor, e o Reis levantava a mão para bater a uma porta que nos ficava ao lado esquerdo, quando esta imediatamente se abriu.
Os meus dois companheiros recuaram um passo; eu não recuei porque não vi coisa alguma.
— Como é bom não ver! disse uma voz Cavernosa.