Era um trabalho de divino artista,
Deslumbrante de luz e transparente,
De oiro, esmeralda, pérola, ametista,
E o que há de rico em pedras do Oriente.

Era um sol pequenino, e doce, e quente,
Jóia viva, que noutra jóia enrista,
Com vôo doido, alegre, impertinente,
Beijando-a à boca, e a cintilar-lhe à vista.

De mel não era de colmeia tosca,
Que ia ali ebriar-se aquela mosca,
Grácil, ávida, trêmula, a fremir.

Mas os lírios das mãos gentis brandindo,
Viu-se, um céu ela toda, o inseto lindo
Cair do céu e inda no céu morrer.