A João Gomes d'Abreu e Lima
Quelqu'un demanda un jour à Arouâ-Ben-Hezam, de la tribu d'Asra:
Est-il bien vrai que vous êtes de tous les hommes ceux qui avez le
coeur le plus tendre en amour?--Oui, par Dieu! cela est vrai,
répondit Arouâ, et j'ai connu dans ma tribu trente jeunes gens que
la mort a enlevés, et qui n'avaient d'autre maladie que l'amour.
Ebu-Abi-Hadglat, Divan de l'Amour.
«De que país és tu?»--A um árabe dizia
Sahid, filho d'Agbá, na estrada, ao fim do dia.
Era a hora em que o sol se fecha no Occidente
Como o olhar moribundo e triste d'um doente.
E o árabe respondeu, banhado na piedosa
Claridade da luz, quasi religiosa:
— «Sou da raça que tem o excepcional fervor
D'amar eternamente e de morrer d'amor.»--
— «Então és tu de Asrá.»--accrescentou Sahid;
— «Sim, por Kaaba! Foi essa a tribu onde eu nasci.»
E de novo Sahid o interrogava attento:
— «Por que motivo, pois, tão nobre sentimento
Nunca se muda em vós n'uma paixão nefasta?»--
O crepusculo enchia o ceu meio estrellado,
E o árabe tornou, como que illuminado:
— «Porque a mulher é bella e a juventude é casta!»